domingo, 8 de janeiro de 2012

Educação

Tópicos a respeito do assunto Educação: Limites, Relação entre pais e filhos, Como lidar com a reprovação?, Relação entre maturidade e idade cronológica, No primeiro ano com 5 anos, Tema de casa, etc.
Pessoal, há 23 anos trabalho com crianças e adolescentes e já vi e ouvi cada coisa de arrepiar. Muitas vezes parecida que inventava as histórias, pois elas eram completamente doidas, ouvindo, eu não acreditava.

Certa vez uma familia me disse que não levaria seu filho no oftalmologista porque usar óculos viciava. Eu, no momento, juro que não entendi a colocação e perguntei: Como assim? E prontamente veio a resposta: Se óculos tem que ser usado todos os dias é porque vicia. Pasmem,eu ouvi isso sim!! Fiquei de queixo caído!!Nada convencia aquela família do contrário. É, aprendi com os anos de trabalho, que existem cabeças e coisas dentro de cada cabeça que não temos como mudar.

Outra vez uma outra pessoa reclamou que não encontrou na lista do colégio um determinado edificio na cidade, que havia procurado por tudo em Porto Alegre e que aquele lugar não existia. Vejam só, ela se referia a sigla ED que constava antes do nome da editora e jurava que se tratava de um edificio. Na ocasião a pessoa reclamou muito da escola, teceu vários "elogios" e acabou, após muita explicação, entendendo que estava interpretando de forma distorcida o que se referia à palavra editora e não era nada de edificio.

 PUBLICAÇÕES
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS AOS AMIGOS: LISIANE P.(Que foi quem deu a idéia de publicar no Jornalzinho da Criança) e a EDUARDO P.E MARIA TEREZA P.(Que gentilmente me acolheram na coluna comportamento do Jornalzinho da Criança!!)

 MEU FILHO, UM PRÉ-ADOLESCENTE?  E AGORA?

    E eles crescem tão rápido que os pais nem percebem! Na hora de colocar aquela roupa que ficou de ladinho no roupeiro, no período de férias, o uniforme, por exemplo, percebe-se que algo aconteceu, a espichada se deu e não foi nada pequena. É a camiseta que parece que nunca pertenceu àquela criaturinha, o tênis que não serve de jeito nenhum! Nossa, quanta mudança! Será só no tamanho?
Afinal, o corpo também está mudando, aliás, é um conjunto de fatores que precisam ser observados e orientados: higiene, diálogo, ocorrem os rompantes de humor, os momentos de solidão, a “necessidade” da compra de determinado objeto (afinal, os amigos têm), os limites (pode ou não pode?, Como é que a mãe da amiga deixa ela ir e eu não posso?), roupas iguais as do grupo, rebeldia, música, sono interminável,etc.
É necessário que seja esclarecido para o pré-adolescente (em torno dos 10-11 anos em diante) que algumas modificações começarão ou já estão acontecendo no seu corpo e que para isso são necessários alguns cuidados especiais. Eles passam a ter cheiro de suor, por isso, a necessidade do banho diário é fundamental. Muitas famílias reclamam que é um momento bastante difícil, convencer os filhos para o banho. Tem aqueles que se fazem de espertos e molham os cabelos, mas não lavam com xampu, colocam desodorante e trocam de roupa sem terem tomado banho e juram que o disfarce vai ser convincente. A resistência existe muito em função do fato de que tomar banho significa perceber que aquele corpo infantil está indo embora, e é difícil elaborar um “luto” de como ele era e como está. Sente-se diferente, como se não pudesse saber quem é ele agora. O que vai acontecer daqui para frente? Não querem tomar banho para não se ver. Depois de um certo tempo, não querem é sair do banho, ficam horas embaixo do chuveiro, se perfumando, se curtindo pra valer. Outra briga que as famílias enfrentam com alguns pré-adolescentes e adolescentes está no negar-se a cortar o cabelo. Afinal, é uma das poucas partes do corpo que ele tem controle. Pode se esconder ali atrás. Os braços e as pernas crescem tão rápido que por onde passa derruba, se bate nos objetos e  também nas pessoas e chegam as reclamações: Não olha por onde anda? Na verdade, não é que não olhe, mas a dimensão do seu tamanho mudou e é tudo novo para aquele sujeito. Na sala de aula geralmente ao caminharem derrubam os materiais dos colegas e inicia aquela confusão. Eles têm um sono profundo, o qual dura horas, é um sono de elaboração desta fase, necessário ao crescimento e ao luto do corpo infantil. É interessante que os pais procurem conversar muito com os filhos, contando-lhes como foi sua história nessa fase, que para eles também não foi simples assim, praticamente se dorme de um jeito e se acorda de outro, que é estranho é. Para completar aparecem as espinhas, meninas com o corpo arredondado, forma-se o quadril,surgimento dos seios, primeira menstruação, meninos desenvolvem o tórax, alteram a voz, etc. Fica difícil esconder tudo isto. O jeito é conversar bastante e aproveitar o momento para fazer o adolescente perceber que não está sozinho nesta situação. O jovem tem sede de certeza, de ter a razão e questiona tudo, procurando se auto-afirmar constantemente. Nos momentos de rompantes de raiva é importante que o adulto saiba ser ponderado e aguarde para que a conversa flua com resultado satisfatório, pois falar com alguém furioso não vai resolver nada, entra num ouvido e sai pelo outro. Ao conversar com seu filho inicie a mesma ressaltando aspectos positivos que você observa nele e vá aos poucos entrando no assunto que causou o desconforto. Finalizando, como diz Cury(2003), “Bons pais dão  presentes, pais brilhantes dão seu próprio ser”.

                                                                                                         Vera C. Magnaguagno
                                                                                                        Or.Educacional e Psicopedagoga
                                                                                                        E-mail: veracema@brturbo.com.br

Organização dos horários e materiais de estudo

    Todo início de ano os professores encontram a mesma situação: alunos animados, material e uniforme novos, mochilas, parece um desfile de novidades dos lançamentos do mercado. Associado a toda esta novidade está um detalhe, para a grande maioria dos alunos não estão escritos os dados de identificação do mesmo e ao perder algo torna difícil sua devolução. Algumas dicas simples são úteis, principalmente para esta garotada que tem de 10 a 15 anos, os quais tudo querem comprar e esquecem de conferir o local onde colocaram o material, e principalmente o custo que o material teve.
1.Identificar livros e cadernos com o nome do aluno, turma e colégio,-de preferência na capa destes (pois pode perder na rua, sendo assim, quem o encontrar pode fazer a gentileza de entregar na escola)
2.Na capa (cadernos e livros) também pode ser colado em tamanho pequeno o horário da semana, vai auxiliar o filho a organizar sua mochila diariamente, lembrando quais os cadernos e livros necessários para sua próxima aula.
3.No uniforme é imprescindível que escreva por dentro, na etiqueta do casaco,camiseta ou do moleton, o nome do aluno, pois ao procurar no setor de achados e perdidos do colégio fica mais fácil sua localização. Sem contar o custo de tudo que não é nada barato.
4.É fundamental que as famílias sentem com os filho e conversem pontuando que terão de privá-los de outras coisas que gostariam de adquirir, pois o dinheiro não cai do céu e repor estes materiais não é fácil
5.Evitem comprar materiais muito caros, como por exemplos estojos importados, canetas das mais variadas cores e modelos, mochilas que chamam por demais a atenção. Este visual todo acaba atrapalhando a própria concentração não só do aluno que o comprou, como também desperta nos colegas a vontade de adquirir o mesmo.
Muitas famílias o fazem sem pensar considerando principalmente que, quando os pais eram crianças, o mercado não oferecia esta gama de variedades que hoje existe, despertando este consumismo desenfreado. É fundamental dizer um “não” de vez em quando, para que os filhos aprendam a dar o devido valor ao que querem. Caso contrário, basta pensar e tudo ocorre como um passe de mágica, logo, logo, o objeto está ali na sua frente, e quando o encanto se desfaz, depois que todos os feixes foram explorados, já estão querendo adquirir outra novidade. Não podemos esquecer que as crianças necessitarão gerenciar suas vidas um dia, e se continuarem neste ritmo, conseguirão ser felizes? O salário  que receberão vai ter a durabilidade necessária para viverem? Os filhos precisam entender que o fato de os pais nem sempre comprarem tudo o que querem não significa deixar de gostar deles, muito antes pelo contrário. Como diz Tiba,(2005) “Pais consumidores também precisam negociar seus próprios desejos para educar seus filhos. Os filhos aprendem muito imitando seus pais. “Educar é dar limite e quem ama, educa!!


                                                                                                       Vera  C. Magnaguagno-
                                                                                                 Or.Educacional e Psicopedagoga
                                                                                               E-mail: veracema@brturbo.com.br



Seu filho está sofrendo  Bullying? Como saber e ajudar?

Mas afinal, o que é o bulllying? É toda situação causada por um colega cuja intenção é colocar apelidos, sacanear, humilhar, assediar, amedrontar, ofender, mandar, causar medo, perseguir.
É importante que pais e professores saibam perceber que o bullying pode estar acontecendo com a criança ou adolescente. A observação do comportamento do aluno que está sofrendo o bullying é fundamental, até mesmo para identificar o causador e acabar com esta situação. A pessoa que sofre tende a ficar angustiada, desencadeando dores emocionais e/ou físicas, gera sofrimento psíquico, sente-se excluída, passa a se isolar e chega a ponto de querer sair da escola. Ao constatar estas situações converse com seu filho, procure identificar o que está fazendo ele ficar tão aborrecido, muitas vezes chorando para não retornar ao ambiente escolar. Depois desta conversa, procure os profissionais da escola e relate os fatos, a fim de auxiliar a resolver esta situação o quanto antes. Pode acontecer também o contrário, isto é, os professores observarem uma mudança de comportamento e chamarem a família para verificar e lhes pontuarem o que estão notando. É importante fazer a criança relatar o que está acontecendo, por qual motivo anda tão aborrecido, isolado. Este é um trabalho que necessita muito do olhar de todos que estão próximos do aluno a fim de ajuda-lo, acima de tudo.
 As pessoas geradoras de bulllying tendem a ser aquelas que são acostumadas a terem suas vontades atendidas, a sensação de poder lhes concede conforto, nas suas casas de alguma forma sofrem intimidações, sendo vistas como bode expiatório, podem ter sido vítimas de algum tipo de abuso, tendem a ser humilhadas pelos adultos, vivem muita pressão para serem as melhores nas atividades que desenvolvem, precisam de muita ajuda ao invés de serem punidas. Esta ajuda não significa passar a mão na cabeça e considerar tudo tranqüilo, é fundamental que exista uma conversa franca, pontuando tudo o que gerou e que não é desta forma que se conquista lugares na sociedade, querendo ser o popular. Geralmente observa-se que pessoas muito mimadas tornam-se agressivas quando suas vontades não são atendidas. Naquelas famílias cujos pais são violentos, existe a falsa idéia de educação, onde estão ensinando seus filhos a serem também violentos. A criança aprende assim a interpretar que a violência é o único recurso para vencer qualquer contrariedade. É muito séria esta questão e a cada dia percebe-se que o índice aumenta nos colégios. O afeto, a coerência das ações dos pais, e da escola auxiliarão profundamente na mudança dos indivíduos. Um ser humano que desenvolve auto-estima de forma normal, sem ser influenciado pela violência aceita que os colegas tenham suas amizades, seus valores, suas características sem necessidade de incomodá-los. Os professores necessitam estar constantemente atentos ao comportamento dos alunos, principalmente, porque se percebe a mudança no seu olhar, na sua atitude. Informar os setores, colocar a situação, comunicar as famílias. Pais, coordenações e professores precisam estar atentos inclusive ao que está  nos sites (Ciberbullying), pois a internet é outro ponto escolhido para tal prática. É fundamental que os praticantes de bullying se retratem diante das pessoas que machucaram, desfazendo o mal que causaram e evitando novas situações. O atendimento com profissional especializado auxilia a dar um fim na situação, fazendo o indivíduo tomar consciência dos seus atos evitando assim que o problema se repita.

                                                                                                    Vera  C. Magnaguagno-
                                                                                            Or.Educacional e Psicopedagoga
                                                                                               E-mail: veracema@brturbo.com.br



Por que os alunos de hoje são mais agitados?

    Com freqüência escuto de professores a constante preocupação em descobrir quais os motivos que levam os alunos a serem mais agitados atualmente. Por que não conseguem se controlar? Falam constantemente, são inquietos, parece não perceberem a presença do professor entrando na aula. O que está por trás disso?
    Parando para uma reflexão mais profunda começamos a nos dar conta de que as crianças atualmente, bem como adolescentes e até mesmo adultos, tem sede de contato humano. De um lado temos uma nova constituição familiar, onde os membros pouco se falam, trabalham muito e os filhos são criados sozinhos ou por outras pessoas (parentes, empregadas, escolinhas). Em contra partida a sociedade seguiu vias de violência e insegurança tão grandes que impediram que as pessoas pudessem viver suas fases de infância como seus pais o fizeram, brincando na rua com tranqüilidade, deslizando em carrinhos de lomba, jogando bolitas, brincando de esconder, jogando bola, conversando com os amigos. Hoje, todos vivem cercados por grades, mantendo um contato virtual, com jogos eletrônicos constantemente. Os pais ficam muito tempo no trabalho, quando chegam, já cansados, jantam, assistem um pouco de televisão e se preparam para o merecido descanso e mais uma jornada. Será que lembraram de ter uma conversinha com os filhos? Aquela conversa sobre respeito, o que é certo e errado aonde foi parar?Como foi seu dia na escola?  Assim passam-se os dias e quando percebem os filhos cresceram.E muitos cresceram sem limites, sem educação. Na sala de aula a agitação é intensa, os professores ficam esgotados solicitando o tão esperado silêncio para poder propor as atividades do dia. Na fila vê-se muitos empurrões, alunos gritando, a dificuldade da disciplina. Mas afinal, não podemos esquecer  que as crianças,praticamente, só tem contato com outras crianças na escola e fica difícil controlar a emoção de querer brincar e ter que ficar quieto estudando. Aos professores lhes foi transferido mais uma função que antigamente cabia a família, a de educar. Para os adolescentes além de estar agregado o fator distância do outro, estão as mudanças internas e externas que estão vivendo, com lutos de infância, um corpo que se diferencia a cada dia, agitando-os ainda mais. Entretanto, apesar de toda esta confusão, pois, diga-se de passagem, não é fácil controlar toda esta situação, constata-se que professores que desenvolvem o vínculo nas suas aulas tem maior chance de alcançarem seus objetivos. Observa-se o brilho dos olhos dos alunos quando o professor começa a relatar fatos que vivenciou. As pessoas têm sede de histórias, de contato humano. É fundamental que os professores solicitem aos alunos que peçam aos pais para relatarem fatos que viveram ao longo de suas vidas nas atividades sugeridas, além de tornar a atividade mais interessante, é uma forma de aproximar as famílias de seus filhos, fazendo com que aprendam a valorizar tudo o que conquistaram, bem como a começarem a desenvolver seus projetos de vida. O diálogo, os laços de confiança e de companheirismo necessitam ser desenvolvidos tanto em casa, quanto na escola. Os professores que se permitirem tal aproximação não perderão o respeito de seus alunos, pelo contrário, serão admirados por estes, bem como os pais também. Vivemos uma época em que as pessoas necessitam sentir que estão junto com outras pessoas que as admiram, que estão ali para construírem juntas, apontar observações que as farão crescer também. É claro que não se podem descartar as situações especiais que toda escola tem e que necessitam um acompanhamento especializado, muitas vezes com medicação. Trabalhos envolvendo o corpo, momentos de troca na sala de aula são de suma importância para auxiliar a todos. Atualmente temos muitas famílias, cujos pais apenas residem na mesma casa, mas que no fundo não conhecem sequer as características dos filhos. Cabe lembrar também o quanto as crianças se sentem esquecidas, quando na hora que todos os colegas vão para casa com seus pais, tem aquelas famílias que depois de muito tempo (por algum imprevisto ou outra situação) virão buscar seus filhos na escola. Muitos choram sentindo-se desamparados, por mais que contem com as pessoas que atuam na equipe da escola. Pai e mãe são insubstituíveis, o amor destas pessoas então, nem se fala. Nada como o aconchego casa da gente, naquele momento em que todos estão cansados e com necessidade de ter a certeza de que pertencem aquele lar, dar uma boa gargalhada, um abraço e que tal,  contar uma história de quando os pais eram crianças.

                                                                                                    Vera Regina C. Magnaguagno-
                                                                                                    Or.Educacional e Psicopedagoga
                                                                                                     E-mail: veracema@brturbo.com.br


2 comentários:

  1. Gostei muito dos teus escritos sobre Educação, frutos de uma experiência e processo reflexivo que ajudam a "olhar com outros olhos" algumas das reações dos pré-adolescentes em especial. Agora entendi melhor a resistência de meu meu filho de 10 anos a não querer cortar o cabelo... Não há argumento que convença quando o silencioso argumento interior de se conhecer e ir devagar no crescimento para não se assustar tanto se impõe...

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  2. Vera, es uma Grande Pessoa e Profissinal Iluminada.
    Muitas vezes os pais e parentes tem muito amor, e vontade de acertar porém lhes falta esta ajuda, esta orientação de ter um trabalho e ação organizada, ou seja, saber por onde devem começar.

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