sábado, 17 de março de 2012

DICAS PARA PAIS E PROFS. LIDAREM COM CRIANÇAS QUE TEM DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO

Observar é a alma do negócio. Se sabemos que temos uma criança com DDA, é imprescindível fazermos o seguinte:

1)Essa criança precisa sentar-se bem na frente, próximo ao professor.

2)Ao elaborar atividades em folhinhas, cuide para que o número de exercícios não seja extenso. Muitas vezes o mesmo número (10 exercícios por exemplo, que uma criança que não tenha dificuldade de concentração consegue resolver com tranquilidade), para aquele que se distrai é mais interessante que receba 5 exercícios de tipos diferentes, ao invés de aprender por repetição fazendo os 10 exercícios parecidos de adição por exemplo. O importante é que a criança sinta-se com capacidade de realizar o que lhe é proposto. O número elevado de questões, lhe deixa atrapalhada ao elaborar o raciocínio. Vale a pena separar os exercícios em etapas, dando 1 de cada vez, para não deixar a criança com vários na mesma folha sem saber onde os desenvolver. Separar em um tipo por folha facilita (exemplo:atividades de adição sem transporte (5+4) também é uma idéia a ser considerada, mas é preciso entregar uma folha por vez, para não assustar a criança com um bloco de folhas.À medida que ela for realizando vai recebendo as demais. Importante: o ritmo de cada criança é único e próprio. Numa próxima é interessante, que, conforme o prof. for percebendo, oferecer exercícios que tenham desafios maiores, apresentando cálculos com transporte, por exemplo.

Exercícios de adição e subtração são aconselhados a serem feitos em páginas diferentes, pois pode desorganizar o pensamento no primeiro momento.

3) Assim também acontece na hora de escrever ou ler histórias. É interessante que o professor sempre dê à criança a oportunidade de ler antes sozinha, apenas com os olhos, leitura silenciosa para se apropriar do que o texto aborda. Não se sentir sendo pega de surpresa. Sabemos que a criança com déficit tem inteligência, o que ela ainda não consegue é ter o grau de concentração por um tempo maior. A faixa etária também influencia muito nessa questão. Sua produção textual nem sempre será grande, com um número X de linhas. O fundamental é que o que conseguir produzir tenha qualidade e coesão.

4)Atenção à quantidade de exercícios propostos de tema: é necessário pensar que as atividades organizadas para serem feitas em casa, precisam ser feitas pela criança, sem cansá-la. O número excessivo de temas gera desmotivação e acaba sendo feito pelos pais, mudando o foco de quem de fato precisa fixar o conteúdo desenvolvido. Caderno cheio não é sinônimo de aprendizagem.

5)Cuidado com as expressões: "desatenta", "descomprometida"," não pensa", "não se concentra", "não pára".  Existem crianças que acabam apresentando características do déficit de atenção em função de ouvirem com tanta frequencia que são assim, criando um perfil e acreditando que funcionam assim mesmo. Por isso é tão importante que essas falas sejam repensadas, especialmente pelos adultos, que estão no entorno, pois as crianças observam e vão assimilando comportamentos de acordo com as caracterísitcas que o adulto espera.

6)A questão do déficit precisa ser bastante analisada. Muitas crianças são identificadas como portadoras do déficit sem ter sido observadas por pelo  menos 6 meses, saber se tem mais pessoas na família com as mesmas características.Nem sempre é caso de necessidade de medicação. As vezes é apenas situação de manejo e fundo emocional. O crédito atribuído ao potencial da criança é fundamental nessa construção da autoimagem.

7)Para crianças que estão aprendendo a escrever, o ato de soletrar facilita muito o significado da compreensão da escrita, eles vão se dando conta e os olhinhos brilham identificando as letras que precisam colocar.

8)Trabalhar as crianças a respeito da importancia de respeitar a todos os colegas é fundamental. Todos têm capacidade de vencer, porém cada um tem o seu tempo.

9)Organização é imprescindível para crianças com déficit. Ter uma rotina que organize cada momento é necessário.

10)Quando a criança mostra agenda para a família, muitas vezes o responsável diz: "deixa aí, que depois eu olho." Essa fala deixa a impressão para a criança de que os fatos referentes à ela não tem grande importância. Por isso, saliento, que as famílias procurem olhar com atenção e carinho as observações colocadas tanto no caderno, quanto na agenda do filho.

4 comentários:

  1. Oi Vera. Muito bom esse assunto, pois vivo na prática, como você mesma acompanhou por um tempo. Quanto mais converso com mães, mais vejo casos de crianças que não conseguem manter o foco, principalmente nos estudos. Nas atividades mais dinâmicas não apresentam o mesmo problema. Não necessariamente seja crianças com TDAH
    e que devam ser medicadas. Essas dicas acima que você passou melhoram muito o desenvolvimento dessas crianças, que muitas vezes se sentem excluídas e diferentes das outras, resultando numa auto estima muito baixa e consequentemente, não querendo estudar.
    Complementando, além das técnicas acima é preciso ter muita paciência, entender o funcionamento da criança e não compará-la com outras crianças.
    O mais complicado disso tudo é ter escolas que respeitem o ritmo individualizado dessas crianças e que não as trate diferentes. Para o professor deve ser muito complicado ter uma meta de ensino e ter várias crianças em ritmos diferentes...
    Acho um assunto complexo e que urgentemente precisa ser aprofundado pelas instituições de ensino e pais.
    bjs e adorei tuas dicas

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  2. Oi, Rosane.
    Que maravilha que as dicas estão sendo proveitosas! Foram escritas baseadas na mais pura vivência, como mesmo disseste. Tuas colocações são muito pertinentes. Continua acompanhando o blog, pois vou postar mais dicas referentes a variadas situações daqui em diante. Feliz Páscoa para vocês. Forte abraço em todos.

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  3. Querida Vera,suas palavras fizeram com que visualizasse exatamente a questão que estou vivenciando e acredito que muitas daas situações estão ocorrendo.Me serviu como um colirio.Obrigada pelas dicas.
    Grande abraço.
    Prô Adriana

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  4. Fazer isso tudo não é fácil, é um trabalho de longo prazo e requer muito amor ao ser em si como pessoa (seja ele filho ou aluno), mas vale a pena. O mínimo resultado é compensador e faz toda diferença na vida da criança.
    Vera, parabéns pelo artigo e pelo teu trabalho. E principalmente muito obrigada pelo teu carinho e esforço continuo no momento mais delicado da vida do meu filho.
    Beijos. Fabi

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