segunda-feira, 12 de março de 2012

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO e HIPERATIVIDADE

Eis aqui algumas informações importantes a serem observadas nas pessoas que apresentam essa situação. Saliento que nem todo indivíduo que apresenta o déficit de atenção, necessariamente será hiperativo. Alguns apresentam as duas situações, outros não. As fontes de consulta estão devidamente postadas também.



TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH)

a)O que é?
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio biopsicossocial caracterizado por inúmeros problemas relacionados com a falta de atenção e impulsividade.
 O TDAH interfere na habilidade da pessoa de manter a atenção- especialmente em tarefas repetitivas- de controlar adequadamente as emoções e o nível de atividade, de enfrentar conseqüências consistentemente e, principalmente, de agir sob o domínio do impulso, sem que haja tempo para o autocontrole. Pessoas com TDAH até podem saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazer aquilo que sabem devido à inabilidade de realmente poder parar e pensar antes de reagir. Não importando o ambiente ou tarefa, agem pelo impulso, sem conseguir pensar nas conseqüências da ação.

 b) Principais características:
  1. Tipo desatento.
a) Dificuldade em manter atenção.
b) Não enxerga detalhes ou faz erros  por falta de cuidado.
c) Parece não ouvir.
d) Dificuldade em seguir instruções.
e) Dificuldade na organização.
f) Evita/ não gosta  de tarefas que exijam um esforço mental prolongado
g) Freqüentemente perde os objetos necessários  uma atividade.
h) Distrai-se com facilidade.
i)  Esquecimento  nas atividades diárias.

2.Tipo hiperativo/impulsivo.
a)     Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira.
b)    Dificuldade em permanecer sentado.
c)     Corre sem destino ou sobe nas coisas, excessivamente.
d)    Dificuldade em engajar-se numa atividade, silenciosamente.
e)     Fala excessivamente.
f)     Responde a perguntas antes de serem formuladas.
g)    Age como se fosse movido a motor.
h)     Dificuldade em esperar a  sua vez.
i)      Interrompe e se intromete.

3.Tipo combinado
a)     Caracterizado pela criança que apresenta os dois conjuntos de critérios dos tipos desatento e hiperativo/impulsivo.

4.Tipo não especificado
a) A criança apresenta algumas características , mas um número insuficiente de sintomas para se chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto, desequilibram a vida diária da criança.           
            Se a pessoa estiver apresentando no mínimo seis das características apresentadas nos tipos 1 e 2, ou, ainda, as características citadas nos tipos 3 e 4, é aconselhável procurar um profissional especializado para realizar uma avaliação minuciosa.

c)Causas
            O Transtorno de Déficit de Atenção está relacionado ao desajuste dos neurotransmissores, reguladores de atividades dos mecanismos da atenção e da concentração.  Existem casos avaliados por médicos e psicólogos, em que os pacientes apresentam  sintomas de hiperatividade quando estão presentes problemas ligados a fatores ambientais e sociais.  A genética é o fator básico na determinação do surgimento dos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção. A incidência é maior no sexo masculino.

     d) Conseqüências
            Geralmente, o transtorno é diagnosticado  pela primeira vez durante as primeiras séries, quando o ajustamento à escola está comprometido. Enquanto isso não ocorre, a criança poderá sofrer as seguintes, conseqüências.

a)      Ser rotulada de bagunceira, desorganizada, desordeira, barulhenta, sem capacidade para estudar, preguiçosa, etc.
b)      Dificuldades em fazer amigos, sendo uma criança que atrapalha as aulas, não pára, não ouve, não obedece, e, algumas vezes, é agressiva, acabando por ser rejeitada pelas outras crianças.
c)      Baixar sua auto-estima, pois apesar de ser uma  criança com potencial, não consegue aprender satisfatoriamente o que lhe é proposto e não consegue ter amigos; então, se sente desvalorizada e diferente das outras crianças.
d)      Mudanças regulares de turmas, professores e até de colégios.
e)      Dificuldade para o aprendizado e até repetências.
f)       Emocional abalado por não entender o que acontece com ela, pelas rejeições, e por não conseguir aprender como as outras crianças.

Fonte: Por que meu filho não aprende?
Cristiane Cador Sana –Editora Eko


Dicas gerais aos pais


1.Pensar antes de agir
Não esqueça de que você é o modelo de identificação de seu filho, o bom senso tem de prevalecer. É difícil pedir para  ele pensar antes de agir se você age antes de pensar.

2.Use o reforço positivo antes da punição
Frente a um comportamento indesejado, como a constante dificuldade. Procure exercitar a capacidade de antecipação de problemas. Frente a uma situação potencialmente complicada, como a hora de estudos, antecipe o que você acha que vai ocorrer.
Por exemplo, que ele vai rapidamente se desinteressar pela tarefa proposta, dispersar-se com outros estímulos (como a televisão ligada), ou ficar “viajando” nos pensamentos. Antes de iniciar a tarefa, discuta com ele o que ele acha que irá acontecer. Incentive que participe na decisão sobre as estratégias que irão ser implementadas. Quanto tempo ele acha que necessitará para acabar a tarefa proposta, onde ela deve ser feita, se a televisão deverá ou não ficar ligada, ou que tipo de reforço positivo pode ser oferecido, caso ele consiga cumprir o que foi determinado. A idéia é que vocês estão formando uma equipe para enfrentar as dificuldades e não a de que estão jogando uma partida em lados opostos. Qualquer time define a estratégia de jogo antes de a partida começar. Para isso, antecipa os problemas e dificuldades que irá enfrentar.

3.Estabeleça uma comunicação clara e eficiente
Seguindo o exemplo da partida, as regras do jogo devem estar claras para os participantes. Estabeleça de forma clara os  limites toleráveis para o comportamento do seu filho. As instruções devem ser passadas e os pedidos feitos um a um e relembrados sempre que possível. Um cartaz auxilia bastante ou um quadro onde se coloque as regras mínimas de funcionamento, de forma clara, bem como as instruções de cada dia.


4.Proporcione uma atividade física regular para o seu filho
A atividade física regular é fundamental para qualquer criança. É mais importante ainda naquelas com este Transtorno, especialmente quando os sintomas de hiperatividade são mais intensos. Escolha atividades e jogos nos quais ela possa aprender e conviver com regras e limites. Esta é uma oportunidade de ela gastar energias de uma forma produtiva!


ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS PARA O MANEJO DE COMPORTAMENTOS


1.PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES FUTURAS

            Crianças com TDAH têm muita dificuldade para o planejamento de atividades futuras. É comum que subestimem o tempo necessário para o desenvolvimento da tarefa específica, em especial se ela não for de interesse imediato para a criança. Seguidamente, ao receberem a data de uma prova não conseguem estabelecer um planejamento de estudo para a mesma.
            Uma estratégia que se tem mostrado bastante eficaz para lidar com este problema é a de construção de um calendário semanal de atividades de estudo. Em primeiro lugar, construa um calendário contendo todos os dias da semana com a criança ou adolescente. Isso pode ser feito com uma folha de cartolina, em um quadro. É importante que o calendário fique no quarto da criança em local visível. No domingo à tarde ou à noite, antes de iniciar a semana, sente com a criança. Estabeleça com ela um período diário de estudo de no mínimo 30 minutos e de no máximo uma hora de segunda a sexta-feira. Duas coisas são importantes nessa combinação:
a)     Em cada dia da semana, o horário de estudos pode variar de acordo com os outros compromissos da criança, mas deve ser estabelecido previamente no domingo para cada dia da semana; assim, na segunda-feira, pode ser, numa determinada hora e na terça em outra, a família programa junto com a criança ou adolescente;
b)    Deixe a criança escolher o horário que parecer melhor. É importante que ela participe ativamente deste exercício de planejamento. Estabelecidos os horários de estudo, é fundamental que eles sejam mantidos e não renegociados a cada dia. Isso irá ajudá-la a  desenvolver um planejamento previsível de atividades. Ainda no domingo, peça que a criança ou adolescente escolha uma matéria que irá ser estudada ou revisada para cada dia, levando em conta os trabalhos e provas daquela semana. A partir disso, construa com ela o calendário de atividades da semana. Por exemplo, na segunda, das 14 às 15h, estudará português; na terça-feira, das 17 às 18h, será matemática, porque na quarta ela terá prova; e assim por diante. No canto do calendário, ela deve colocar os dias de prova e entrega de trabalhos para a semana. Procure providenciar que algum adulto possa estar presente em casa nos horários diários escolhidos. É importante que ela possa contar com alguém se tiver dificuldades com a tarefa, ou para organizar-se. Lembre-a do horário de início a cada dia. Combine com ela um reforço positivo para cada dia que ela conseguir seguir a combinação feita (pode ser um passeio, um programa na televisão,  um horário para jogar videogame ou alguma atividade extra com você, na medida que o programa estiver em andamento. Com adolescentes o reforço positivo pode ser semanal e não diário.  No dia em que a criança não conseguir estudar no horário proposto, evite barganhas e bate-bocas intermináveis. Assinale para ela que não conseguiu cumprir o combinado e que, portanto, não terá direito ao reforço positivo daquele dia. Demonstre sua confiança de que no dia seguinte ela irá conseguir.

ATENÇÃO SUSTENTADA

      As crianças e adolescentes com o Transtorno têm  muita dificuldade em manter a atenção em uma tarefa por um período longo, especialmente se não lhe parece atrativa. É por essa razão que enfatizamos um horário de estudos diário de no máximo uma hora no programa descrito anteriormente. Quanto menor a criança menor deve ser o período de tempo exigido em uma atividade. Se necessário, divida o tempo de estudo diário em dois horários intercalados por um período livre. Os pais, com freqüência, mobilizados pela irritação e frustração de verem a criança não cumprir as combinações de estudo, optam por colocá-las de castigo, estudando horas a fio. Isso normalmente é ineficaz e transforma o estudo em algo ainda mais desprazeroso.

ATENÇÃO FOCALIZADA


O ambiente de estudo ser o mais quieto possível, longe de estímulos que possam incentivar a sua distração, como a televisão ligada ou uma janela de frente para a rua, onde outras crianças estão brincando. Não se esqueça de que o local de estudo deve ser bem iluminado e arejado.

COMPORTAMENTO HIPERATIVO E/OU IMPULSIVO


A melhor  estratégia para lidar com a hiperatividade e a impulsividade destas crianças e adolescentes baseia-se no princípio geral já discutido de reforço positivo para o comportamento esperado. Estimule constantemente a criança a parar e pensar em soluções alternativas frente a uma situação-problema.

Fonte de consulta: Transtorno de Déficit de Atenção-Hiperatividade
                               O que é? Como ajudar?
Autores: Luís Augusto P. Rohde e Edyleine B.P. Benczik
Editora: Artes Médicas

Nenhum comentário:

Postar um comentário